Por Pedro Eduardo Szépkúthy
É um assunto interessante, o valor das corridas de arrancada. Para os tradicionais e puristas, essa modalidade de corridas é considerada de pouco valor técnico e sem graça, pois ocorre em linha reta e em raias separadas, sem possibilidade de confronto direto como nas corridas de circuito, sejam mistos ou ovais.
Foto: 1978 - 3ª prova de arrancada realizada em interlagos
As corridas de arrancada hoje são comuns no mundo todo. No Brasil, especificamente em São Paulo, começaram a organizar algumas provas como atrações entre baterias de corridas de circuito em interlagos no final da década de 70. Era uma forma de entreter o público no autódromo durante o intervalo de baterias de uma prova de divisão 3, formula ou Stock Car.
Com o passar dos anos, deixou de ser uma atração de reforço de outras corridas e ganhou vida própria, com a freqüência maciça e assidua do público talvez por traduzir a forma mais franca de competição automobilística que se conhece e que tenha alcançado tamanho sucesso embora com regulamentação rígida e bem específica.
A prova de arrancada pode ser considerada uma parente distante dos perigosos e ilegais Rachas de Rua. Os mais aficcionados poderão até não gostar dessa nossa definição, mas basta traçar uma analogia e veremos que há uma boa semelhança.
Imaginenem dois carros alinhados em um semáforo, assim que o verde se acende, os dois arrancam e percorrem um espaço pré-determinado e vence quem faz o menor tempo.
Semelhanças a parte, a verdade é que as provas de arrancada foram criadas para afastar a rapaziada que gosta de velocidade e corridas das ruas e avenidas.
E tanto é verdade, que nos idos de 1970, quanto tudo começou as provas eram arranjadas ali na hora, no próprio autódromo. Bastava se apresentar ao diretor de prova com um carro qualquer e participar. Não havia vistoria técnica, inscrição ou separação de categorias. Era um autêntico "Rachão", só que organizado.
Foto: 1994 - Puma Gt 1969 de Pedro Eduardo em prova de arrncada em Interlagos
A largada era de dois em dois, não inportando o carro, não havia semáforo, o sinal era dado por bandeirada. O vencedor voltava para a fila de alinhamento e o perdedor caia fora, até restar apenas uma dupla de onde saia o vencedor.
Com o passar dos anos a brincadeira evoluiu e transformou-se em categoria automobilística.
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