domingo, 26 de abril de 2009

Meu Troféu de Arrancada

Por: Pedro Eduardo Szépkúthy

Era 1994, agosto se bem me lembro. Aliás, essa época do ano costuma ser bastante produtiva em meus empreendimentos. Pois bem, chegou mais uma etapa do campeonato paulista de arrancada, e lá fomos nós, resolvemos participar de forma aleatória, por diversão, não era possível outra forma, não haveria recurso financeiro suficiente para enfrentar um campeonato. Juntamos o que foi possível na oficina para montar um motor e um câmbio Volkswagen para instalar em meu Puma 1969.


Conseguimos um belo "catado", o motor saiu um 1900 cc (1.9l), comando de válvulas cópia de iskenderian 124º, Kit 1600 cc álcool, virabrequim Lepe de 82mm de curso, cabeçotes do SP2, embreagem da Kombi, carburadores Webber 48, bastante taxa, balanceamento estático e dinâmico e muita vontade de acelerar. O câmbio tambem seguiu a mesma regra. Conjunto do Fusca com quarta 1,04 e diferencial da Kombi 7x36. Suspenção recalibrada e pronto, vamos para a pista!

Foi um osso duro de roer, a organização da prova agrupava os carros considerados da mesma "espécie", Opalas com Opalas, Fuscas com Fuscas, Pumas com Pumas. Só que o meu Puma era o único com mecânica Volkswagens, os demais eram 6 cilindros, e a maioria deles "bem criada". Nessa época o formato da prova de arrancada já era similar ao atual, ou seja, um treino livre pela manhã, com um numero livre de puxadas para acerto do carro, em seguida duas puxadas valendo e então, os 10 melhores de cada categoria indo para a tentativa final de onde saia a classificação de premiação. Nessa etapa valia troféu até o sexto lugar.


Depois de encarar dois Pumas 6 cilindros, muito bem acertados, nas preliminares, fui parar na puxada derradeira encarando um Bianco com motor 2000 cc, similar ao nosso do Puma. O rapaz que tocava o Bianco estudava engenharia na FEI e pôs várias teorias do curso em prática, pena eu não lembrar o nome dele. Fomos para o grid, os dois carros chamaram a atenção do público, o Bianco não é um carro comum em arrancadas e o Puma já havia mostrado serviço contra seus irmãos maiores de 6 cilindros.


Abriu o sinal verde, ninguém queimou, os dois carros subiram lado a lado, lutando contra o tempo. Deu até pra prender a respiração. No Finalzinho a quarta marcha curtinha do Puma falou mais alto e cruzamos a fotocélula com meio carro na frente. Muito legal, nada a ver com a participação de 1977 contra o Super Maverick (contada aqui no blog), mas muito legal e gratificante. Ficamos com o quinto lugar e guardamos o troféu com muito carinho até hoje. O difícil foi a tentativa do Capello de pronunciar o meu sobrenome na premiação.


2 comentários:

Jaddy disse...

Mó brilho o troféu. Hehe.

Francisco J.Pellegrino disse...

Belo e merecido trófeu...e ainda tem uns malas na mídia que não gostam de arrancadas....